segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Girassol


      "O meu olhar é nítido como um girassol.
     Tenho o costume de andar pelas estradas
     Olhando para a direita e para a esquerda,
     E de, vez em quando olhando para trás...
     E o que vejo a cada momento
     É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
     E eu sei dar por isso muito bem...
     Sei ter o pasmo essencial
     Que tem uma criança se, ao nascer,
     Reparasse que nascera deveras...
     Sinto-me nascido a cada momento
     Para a eterna novidade do Mundo...

     Creio no mundo como num malmequer,
     Porque o vejo.  Mas não penso nele
     Porque pensar é não compreender ...

     O Mundo não se fez para pensarmos nele
     (Pensar é estar doente dos olhos)                  
     Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

     Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
     Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
     Mas porque a amo, e amo-a por isso,
     Porque quem ama nunca sabe o que ama
     Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
     Amar é a eterna inocência,
     E a única inocência é não pensar..."

não sei o autor,mas sei que esse poema é lindo.

domingo, 29 de janeiro de 2012

um trechinho de Cáh Morandi

"E assim seguimos a nossa estrada: eu e minha esperança.
Com a bagagem cheia de nada,e o coração transbordante de um quase tudo.
Mas andei dois passos e achei grande demais esse mundo para andarmos sós.
Então chamei a menina (aquela que certo dia eu fui),


daí nós três demos nossas mãos,
e partimos por esse destino que queríamos ter traçado, mas que sei que já tem seus
próprios caminhos"

                       

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Outubro 4ever


Outubro é o mês do poeta..descobrí hoje,e quero outubro em todos os meses do meu ano.

O poeta é um fingidor/ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente./ E os que lêem o que escreve/ Na dor lida sentem bem/ Não as suas que ele teve/ Mas só as que ele não têm/ E assim nas calhas de roda/ Gira, a entreter a razão/ Esse comboio de corda/ Que se chama coração

Fernando Pessoa

Ou tu vais,ou permaneces, estática questão do Universo...
Veja o som, escute o movimento, o calendário quase findo, indo, estações bagunçadas,
Nesta primavera há algo diversificado...
Tenho ficado comigo e meus quês, Questiono ao nada, respostas sem nexo, chegam , de muito longe
Ou tu vens ou não mais, ...
Toco o vento, sinto que mentem na previsão, escuto teus sinais,
Ainda dá tempo: Outubro
Ilusão de ótica, meses para o fim, possibilidades me envolvendo...
Leitura diária, sorriso, rotina que tu participas, teu cumprimento me situa, tempo e espaço místico, disperso... se me apresso, tenho motivos...

quero outubro em todos os meses do meu ano.